Eu sempre quis saber o que era isso.
Estudei o fenômeno "El Niño" durante as aulas de geografia, mas nunca realmente entendi o que se passava no planeta enquanto ele está ativo.
Até que, com essa combinação de verão, de calor de 40 graus + pancadas de chuvas a tarde, vi uma cena inusitada. Estava tentando fazer outra postagem no blog (tirando as teias de aranha), quando me gritam para desligar o computador. Olhei pela janela.
O belo sol das 3 havia sumido, dando lugar a um pretume azul-escuro no céu. Fui até a garagem de casa para ver melhor, estava começando a chover. De repente, como se tivessem apertado um botão, um barulho de chuva de canivete. Ou quase; chuva de granizo.
Eu ainda estava olhando a rua, os vizinhos todos colocando os carros pra dentro - e com razão, havia pedras de 5 centímetros de diâmetro caindo das nuvens. Por um tempo, pensei que era o fim do mundo, que "o fim" previsto para 2012 havia chegado mais cedo, e que o telhado da garagem ia para o chão.
Depois de uma hora, já sem granizo, as reportagens: pessoas ilhadas, crianças perdidas, barrancos despencados, casas inundadas.
Fala sério, e as autoridades? Com certeza naquele momento não estavam fazendo um papel melodramático visitando as áreas alagadas. Estavam sentados dentro de suas confortáveis mansões olhando pela janela e pensando, "ainda bem que não estou lá fora", ou então abrigados em algum lugar especial. Que que é isso??
Crianças estão sem ir às escolas - e estão achando isso ótimo, "ê! não vou ter lição de casa!" - por que estas estão servindo de abrigo. Por que as senhoras ilustríssimas autoridades não cedem pelo menos um dos seus quartos-mansões para umas 3 famílias desabrigadas (Se bem que eu aposto que cabem bem mais gente lá)? Tem gente muito mais...pobre, por assim dizer, que está fazendo isso. Se chama solidariedade.
Mas não, não. É melhor dar auxílio aluguel. É melhor construir condomínios. É melhor ignorar e fingir que estamos ajudando? Me poupe, viu!
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
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